quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Desequilíbrio muscular



Atualmente tem sido discutido sobre desequilíbrio muscular devido à transferência do atacante Pato ao Corinthians. Tiveram várias teorias à respeito das suas lesões recorrentes. 
Um exame feito pelo fisiologista Turíbio Leite de Barros, em julho, concluiu que o atacante Alexandre Pato, 23, não tem lesões crônicas nas pernas, o que demandaria tratamento prolongado, sem garantia de sucesso. 

Na análise, o fisiologista, que atuou na seleção brasileira e no São Paulo, afirma que Pato tem um desequilíbrio muscular nas pernas, o que ocasionou tais lesões. 
Por questões éticas, o fisiologista não quis revelar detalhes do problema detectado. Segundo ele, o desequilíbrio causa lesões porque o atleta exige mais de uma das pernas para compensar a força inferior que tem na outra. 
“Para o tratamento, é preciso um reforço muscular e até um reequilíbrio muscular em outras partes do grupo. Há também suplementos alimentares que ajudam nessa manutenção”, disse Turíbio Leite, ressaltando que não se refere ao caso de Pato. 
O consultor médico do clube, Joaquim Grava disse em entrevista: "Tenho certeza que, o que aconteceu com o Pato, é que ele foi muito jovem para Europa, com 17 anos. Isso tudo sem haver uma transição da adolescência para adulto e houve uma sobrecarga com desequilíbrio muscular."
"Não tenho dúvida. Isso é uma coisa que é óbvia. Não existe nenhuma patologia que faça ter tanta lesão muscular. Ele teve esse treinamento que foi feito de maneira errado. Aí você entra num desequilíbrio muscular que você deixa de usar um músculo e passa a usar outro. Só a parte posterior da perna esquerda dele, ele teve seis lesões. Esse músculo foi mal treinado e maltratado."
"Não tem cura. Tem de fazer todas as avaliações. Fazer trabalho com o Fábio (Mahseredjian, preparador físico) e com o Bruno (Mazziotti, fisioterapeuta) para deixar o jogador apto. Ele não tem problema de ligamento, cartilagem... Aí sim seria um problema."
"Paulo Paixão me falou que aqui no Brasil foi desenvolvida uma cultura de preparação física que tá muito na frente do trabalho que acontece na Europa. Eu acho que um dos motivos para a volta de Alexandre Pato é que ele acredita que esse seja o caso, de preparadores físicos e fisioterapeutas daqui melhores do que os da Europa. Pato acredita que o Corinthians vai conseguir colocá-lo em condição de jogo", avalia Vickery (jornalista inglês).
"O Inter de Milão não tava conseguindo recuperar Ronaldo, o Brasil conseguiu. O Barcelona falou que Rivaldo não podia jogar a Copa [de 2002], e ele jogou e jogou muito", recorda o jornalista inglês, confiante na recuperação de Pato no Corinthians.


Ed. de arte/Folhapress
Vários estudos exaltam a necessidade de equilibrar a musculatura. A dúvida surge em como fazer isso e quando deve ser feito. É necessário para isso avaliar o que realmente constitui um desequilíbrio. 

Um exemplo é quando é recomendado equilibrar o quadríceps e isquiotibiais em uma proporção de um-para-um, o que não é apoiado por muitos fisioterapeuta, que alegam a necessidade de avaliar o tamanho do músculo e sua função (que ações executa).
Um exemplo é a recomendação para equilibrar os músculos do ombro de nadadores, fazendo rotação medial de ombro e lateral . Fazer estes dois exercícios irá equilibrar a musculatura do manguito rotador do ombro, mas pouco fazem para equilibrar os principais músculos que movem o braço, como o peitoral maior e o grande dorsal para a fase de tração.
Esta é a ação contrária que usa os músculos antagonistas e mostra que um verdadeiro equilíbrio é formada entre os grupos musculares opostos. Apenas fazendo ombro lateral e medial rotação conjunta não é comparado com a quando a ação oposta é executada.
Naturalmente, existe uma pequena diferença de força entre, por exemplo, os músculos extensores (quadríceps) da perna direita e da esquerda, devido ao lado dominante. Entretanto esta diferença não pode ser muito acentuada. Quando a diferença execede um certo limite, caracterizamos um desequilíbrio muscular. Também é importante que as forças de músculos com funções antagônicas de uma mesma perna, como flexores e extensores tenham uma relação adequada. No caso, os extensores são músculos mais fortes que os flexores, porém, quando esta diferença se torna muito acentuada, o que é até um fato que ocorre com frequência, os músculos flexores, que são os posteriores da coxa, se tornam mais vulneráveis. Esta é a razão da grande incidência de lesões musculares na face posterior da coxa.

Houve alguns estudos muito interessantes mostrando que os melhores atletas costumam ter desequilíbrios. Quanto mais simétrico e harmonioso desenvolvimento do atleta é, menos ele será capaz de alcançar os níveis mais altos. Isso não significa que você deve ter desequilíbrios musculares. Você deve fazer este trabalho no período preparatório geral (GPP). Na época de competição, geralmente é sábio não fazer esse trabalho, porque pode tirar o trabalho necessário para os músculos maiores que são críticos para o sucesso no esporte.
Não devemos nos deixar levar a tentar equilibrar os músculos em uma limitação, sobretudo quando não sabemos exatamente qual equilíbrio é necessário. Ao fazer isso, é necessário examinar exatamente o que os músculos primários estão fazendo e depois executar alguns exercícios que estão em oposição direta a esses movimentos.
Círculo vicioso
Os desequilíbrios musculares podem aparecer, por exemplo, em função de sequelas de lesões pregressas. Quando um determinado músculo não recupera sua força após um período de desuso por lesão, certamente se estabelece um desequilíbrio muscular com músculos sinérgicos e antagônicos, gerando uma vulnerabilidade capaz de aumentar a probabilidade de aparecer uma nova lesão. Assim, cria-se um verdadeiro círculo vicioso que só será quebrado quando corrigirmos o desequilíbrio muscular.
Outra causa de desequilíbrios é o fortalecimento inadequado de determinados grupos por razões estéticas. O desequilíbrio muscular não afeta apenas a probabilidade de ocorrer lesões. Para o corredor, uma musculatura desequilibrada compromete também a biomecânica e a eficiência da corrida, prejudicando sensivelmente o desempenho.
Para evitar e corrigir desequilíbrios musculares, o atleta deve sempre se preocupar em procurar um profissional com formação acadêmica adequada para orientar a solicitação das avaliações para diagnóstico e tratamento individualizado.

Alguns dados de reportagem sobre Alexandre Pato foram da fonte: 

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